Gatilhada


    Quando é realizado o ensino do tiro para uma pessoa que, até então, não havia tido contato com uma arma de fogo, é comum nos depararmos com alunos que, constantemente, realizam o disparo efetuando o que chamamos de gatilhada ou, como alguns preferem dizer, o “gatilhaço”. A gatilhada por sua vez é a ação relacionada ao esmagamento da tecla do gatilho onde o atirador executa de maneira errada, provocando um disparo que atinge a parte inferior do alvo, bem afastada do que seria o seu agrupamento.
    Principalmente quando inexperientes no tiro, queremos que o disparo aconteça logo. Tal desejo faz com que o atirador tente prever o disparo, o recuo da arma e o estampido. Desta forma ocorre uma ação involuntária onde, no momento do disparo, o atirador empurra a arma para frente e para baixo.

Como resolver a gatilhada

   Um dos fundamentos básicos do tiro é o esmagamento da tecla do gatilho. Quando acionamos a tecla do gatilho o movimento de nosso dedo deve ser de pressão constante e moderada. Conforme o atirador vai adquirindo prática, sua velocidade vai aumentando, contudo a pressão irá se manter constante.
     De forma mais simplificada, quando realizamos o disparo devemos pressionar a tecla do gatilho constante sem querer antecipar o disparo ou parar a pressão na metade do percurso do gatilho. Essas ações erradas acabam provocando o que qualquer atirador não quer, errar seu alvo.
    Alguns exercícios podem ajudar a resolver esse problema: com a arma descarregada, pistola ou revólver, apontar esta para um local seguro (lembrando que devemos considerar as armas como se sempre estivessem carregadas) e efetuar disparos “a seco” observando o movimento da arma no momento da percussão. Posterior colocar um estojo de munição vazio, de pé, sobre a arma próximo à boca do cano. Dessa forma quando efetuarmos o disparo “a seco” perceberemos nossa gatilhada se o estojo cair. Devemos minimizar a gatilhada para que o estojo não caia. Repetir várias vezes até que o estojo que colocamos sobre a arma não caia quando realizarmos o disparo “em seco”. O segredo é a pressão constante.
     Outra maneira de treinarmos para não dar gatilhada é disparar sem saber que ocorrerá o disparo. Para isso precisamos carregar nossa arma, neste caso um revólver, com uma munição real e as demais câmaras com estojos já percutidos. O fato de não sabermos se virá um disparo real ou apenas o disparo “em seco” faz com que consigamos controlar a gatilhada. Por mais estranho que pareça grande parte dos atiradores iniciantes, que possuem o problema da gatilhada, quando realizando manejo da arma (exercícios sem disparo real) não provocam a gatilhada, pois sabem que não ocorrerá disparo real.
     Neste segundo exercício ocorre uma espécie de “roleta russa” no alvo, onde o objetivo é controlar o medo que o atirador possui, fazendo com que crie confiança em si, não fechando mais os olhos ou tremendo no momento do disparo. O controle da arma é tão importante quanto o controle de seu corpo.